quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

O que é o Autismo?

O que é o Autismo?

“O Transtorno do Espectro do Autismo é um Transtorno do Neurodesenvolvimento e não um Transtorno Neurodegenerativo!”

Alertou o Professor, Dr. José de Jesus Mari, no inicio de sua aula no Simpósio de Atualização sobre Autismo (A&R e Instituto Pensi-SP) em outubro de 2015. E mais a frente ele define, em sua aula sobre Epidemologia:

“A Essência do autismo é: interação e comunicação social (Dr. José de Jesus Mari).”

Transtorno do Espectro Autista, TEA. O que é?
O TEA é uma condição geral para um grupo de desordens complexas do desenvolvimento do cérebro, antes, durante ou logo após o nascimento. Esses distúrbios se caracterizam pela dificuldade na comunicação social e comportamentos repetitivos.
Embora todas as pessoas com TEA partilhem essas dificuldades, o seu estado irá afetá-las com intensidades diferentes. Assim, essas diferenças podem existir desde o nascimento e serem óbvias para todos; ou podem ser mais sutis e tornarem-se mais visíveis ao longo do seu desenvolvimento.
O TEA pode ser associado com deficiência intelectual, dificuldades de coordenação motora e de atenção e, às vezes, as pessoas com autismo têm problemas de saúde física, tais como distúrbios do sono, distúrbios gastrointestinais e podem apresentar outras condições como síndrome de deficit de atenção, hiperatividade, dislexia ou dispraxia. Na adolescência podem desenvolver ansiedade e depressão. Tais distúrbios são conhecidos por comorbidades.
Algumas pessoas com TEA podem ter dificuldades de aprendizagem em diversos estágios da vida, desde estudar na escola, até aprender atividades da vida diária, como, por exemplo, tomar banho ou preparar a própria refeição. Algumas pessoas com autismo  poderão ser autônomas, enquanto outras poderão precisar de apoio especializado ao longo de toda a vida.
A pessoa com TEA, não necessariamente precisa ter déficit cognitivo. Muitos possuem a capacidade intelectual preservada e uma boa porcentagem possui sua capacidade cognitiva acima da média.  O teste de Q.I (Quoeficiente de Inteligencia), deve ser aplicado por um profissional capacitado e com experiência em autismo. O médico, psiquiatra e neurologista poderão indicar a equipe certa.
O autismo é uma condição permanente, a criança nasce com TEA e torna-se um adulto com TEA.

Novos Critérios Diagnósticos para Transtorno do Espectro do Autismo
Quando um médico psiquiatra ou neurologista e ou equipe multidisciplinar  fazem o diagnóstico de alguém com Transtorno do Espectro Autista, comparam o comportamento do indivíduo com os critérios estabelecidos no DSM.
Se os critérios se encaixam na descrição listadas no DSM, então o indivíduo pode ser diagnosticado com o Transtorno do Espectro do Autismo. Atenção, quem assina o diagnóstico é o médico psiquiatra ou neurologista. No caso de equipe multidisciplinar a presença de um um desses profissionais na assinatura do diagnóstico é obrigatória.

Critérios para o autismo no DSM-V
Em maio de 2013, foi lançada a  última edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais , o chamado DSM-V, inclui algumas mudanças significativas para os critérios de diagnósticos para o autismo.
Uma delas, é agrupando vários transtornos anteriormente separados num grande grupo (como um grande “guarda-chuva” que agrupava essas especificações) numa única denominação: Transtorno do Espectro Autista.

DSM-V
O que antes (DSM-IV) era uma tríade de sintomas, se transformou em uma díade e seus sub-grupos, atendendo a critérios específicos:
A Díade é composta de:
  1. Os déficits sociais e de comunicação.
  2. Comportamentos repetitivos e restritivos.
Os sintomas devem estar presentes no início da infância, mas podem não se manifestar completamente até que as demandas sociais excedam o limite de suas capacidades.

Conhecendo os Critérios dos dois Pilares de Diagnóstico do TEA.
I. Os déficits sociais e de comunicação.
A fim de receber um diagnóstico de Transtorno do Espectro do Autismo, uma pessoa deve ter os três seguintes déficits, dentro da comunicação e da comunicação social:
Problemas de interação social ou emocional alternativo – Isso pode incluir a dificuldade de estabelecer conversas e interações, a incapacidade de iniciar uma interação e problemas com a atenção compartilhada ou partilha de emoções e interesses com os outros.
Problemas para relações – Isso pode envolver uma completa falta de interesse em outras pessoas, a dificuldade de se engajar em atividades sociais apropriadas à idade e problemas de adaptação a diferentes expectativas sociais.
Problemas de comunicação não verbal – o que pode incluir dificuldade no contato visual, postura, expressões faciais, tom de voz e gestos, bem como a dificuldade de entender esses sinais não verbais de outras pessoas.
II. Comportamentos repetitivos e restritivos
Além disso, o indivíduo deve apresentar pelo menos dois destes comportamentos:
  • Apego extremo a rotinas e padrões e resistência a mudanças nas rotinas, sinais ritualísticos.
  • Fala ou movimentos repetitivos ou estereotipados.
  • Interesses intensos e restritivos.
  • Dificuldade em integrar informação sensorial ou forte procura ou evitar comportamentos de estímulos sensoriais, caracterizando problemas de transtornos sensoriais.
Foi Incorporado o nível de gravidade para os critérios I e II: Nível de gravidade de 1 a 3 segundo o tipo e apoio que esse indivíduo necessita. Apoio substancial, muito substancial e apoio.
Sendo assim o indivíduo com TEA, passa a ter três níveis classificatórios: leve, moderado e grave. Essas classificações dependem de como os critérios: “A. Os déficits sociais e de comunicação” e “B. Comportamentos repetitivos e restritivos”, trabalham entre eles e impactam o indivíduo.

Dissertando sobre o tema: de DSM IV, para DSM-V. Mudanças para desordens do espectro autista.
Um Transtorno, ao invés de cinco…
Na 10ª edição da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde, da Organização Mundial da Saúde (CID-10/OMS), e na 4ª edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM IV– APA), o grupo dos “Transtornos Invasivos (ou Globais) do Desenvolvimento” incluem as seguintes categorias diagnósticas: Autismo infantil, Síndrome de Asperger, Transtorno Desintegrativo, Autismo Atípico, Síndrome de Rett.
No DSM-V, esses transtornos não existem como diagnósticos distintos.
Em vez disso, com exceção da síndrome de Rett, eles vão ser incluídos no diagnóstico de “Transtorno do Espectro do Autismo”. A Síndrome de Rett não mais faz parte do TEA.
De acordo com a Associação Americana de Psiquiatria, DSM-V Development Team , os padrões para o diagnóstico de transtornos do espectro do autismo mudaram por várias razões:
  • Embora seja possível distinguir claramente a diferença entre as pessoas com TEA e aqueles com o funcionamento neurotípico, é mais difícil de diagnosticar os subtipos válidos e consistentes.
  • Uma vez que todas as pessoas com transtornos do espectro autista exibem alguns dos comportamentos típicos, é melhor redefinir o diagnóstico por gravidade do que ter um rótulo completamente separado.
  • Um único diagnóstico de TEA reflete melhor a atual pesquisa sobre a apresentação e patologia do autismo.

O DSM- IV tinha três critérios principais para diagnóstico: Desafios de Linguagem; Déficits sociais; Comportamentos estereotipados ou repetitivos.
O DSM-V apresenta os dois seguintes domínios: um composto por um domínio relativo a déficit de comunicação social ; um segundo relativo a comportamentos/interesses restritos e repetitivos.
O DSM-V explica que é difícil separar os déficits de comunicação e os déficits sociais, uma vez que estas duas áreas se sobrepõem de forma significativa. A comunicação é frequentemente utilizada para fins sociais, e os déficits de comunicação podem afetar drasticamente o desempenho social.
Os atrasos de linguagem não fazem parte do diagnóstico: anteriormente, um atraso de linguagem foi um fator significativo no diagnóstico de autismo clássico. Além disso, os indivíduos com Transtorno de Asperger não poderiam ter um atraso de linguagem, a fim de receber esse diagnóstico.


Consideração pertinente.
Geralmente, as classificações se organizam em torno de categorias dicotômicas. Nesses sistemas, chamados de categoriais, uma pessoa ou “tem” ou “não tem” um, transtorno qualquer. No entanto, as classificações também podem ser dimensionais. Nesse caso, uma pessoa pode apresentar um  problema, uma disfunção ou um grupo de sintomas em “grau” maior ou menor. Uma pessoa com um transtorno mental é, antes de tudo, uma“pessoa” e não um “transtorno”. Neste sentido, um indivíduo “com” TEA não “é” um “autista”. Um rótulo classificatório não é capaz de captar a totalidade complexa de uma pessoa, nem, muito menos, a dimensão humana irredutível desta (Manual de Atendimento a Família e Pessoa Com TEA- 2015/ SUS).
 “Esse conceito onde o indivíduo não é autista e sim um indivíduo que sofre as consequências desse transtorno é um marco no desenvolvimento social e de tratamento ás pessoas que têm o diagnóstico de TEA. Damos um novo paradigma a essa condição, pois assim não pensamos o indivíduo de forma reduzida, mas como alguém que sofre as consequências de um transtorno. Sendo assim passamos a entender que dentro desse individuo com o transtorno existe uma pessoa que deseja, que sente, que entende, que ouve, que cheira, que gosta e que desgosta…
Dessa forma ao falarmos da pessoa com TEA, falamos que a pessoa, o individuo têm “autismo” ou têm “TEA (Transtorno do Espectro do Autismo) e não mais ele é “autista”- Adriana Godoy (Autismo Projeto Integrar)”.


Como essas mudanças afetam diretamente a pessoa com TEA.
De acordo com Autism Speaks ,existem algumas maneiras que essas revisões poderiam afetá-lo:
  • A Associação Psiquiátrica Americana ainda não indicou que aqueles que já tinham o diagnóstico de TEA será capaz de manter este diagnóstico. Isto significa que algumas pessoas podem ser reavaliadas para ver se cumprem os novos critérios.
  • Aqueles com Síndrome de Asperger, podem querer continuar a usar este rótulo para se descrever. A comunidade Asperger é bem estabelecida e mudar o nome pode ser inconveniente e incômodo. Não está claro se esta nomenclatura continuará a ser usada informalmente.
  • Os requisitos rigorosos para os sintomas centrais do TEA podem resultar em menor número de pessoas diagnosticadas. Isto pode afetar especialmente o diagnóstico de crianças pequenas, que ainda não podem mostrar todos os sinais de autismo. Por tal motivo o risco de desenvolvimento do TEA deve ser levado em consideração para crianças menores de três anos. Com observação criteriosa, avalia-se o risco de TEA a partir dos dez meses de idade. 
 Retirado de: https://autismoprojetointegrar.wordpress.com/inicio/dsm-v-informando-o-que-e-o-autismo/

Fontes:

Linha De Cuidado Para A Atenção Às Pessoas Com Transtornos Do Espectro Do Autismo E Suas Famílias Na Rede De Atenção Psicossocial Do Sistema Único De Saúde (SUS) 2015:  https://autismoprojetointegrar.wordpress.com/linha-de-cuidado-para-atencao-as-pessoas-com-tea-manual-do-sus
DSM-V: (http://www.dsm5.org/Pages/Default.aspx)
Autismo e Realidade: http://autismoerealidade.org/informe-se/sobre-o-autismo/o-que-e-autismo/
Blog: Espaço Autista. Adaptação: http://autism.lovetoknow.com/diagnosing-autism/criteria-autism-dsm-v e Grupo Asperger Brasil.

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A Educação Inclusiva e as adaptações curriculares

A Educação Inclusiva e as adaptações curriculares

Deve ser ressaltado que o conceito da Escola Inclusiva conforme as Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Especial (MEC/SEESP, 1998),…implica uma nova postura da escola comum, que propõe no projeto político pedagógico, no currículo, na metodologia de ensino, na avaliação e na atitude dos educandos, ações que favoreçam a integração social e sua opção por práticas heterogêneas. A escola capacita seus professores, prepara-se, organiza-se e adapta-se para oferecer educação de qualidade para todos, inclusive, para os educandos com necessidades especiais…
Inclusão, portanto, não significa simplesmente matricular os educandos com necessidades especiais na classe comum, ignorando suas necessidades especificas, mas significa dar ao professor e a escola o suporte necessário à sua ação pedagógica.
Sendo assim, a Educação Especial já não é mais concebida como um sistema educacional paralelo ou segregado, mas como um conjunto de medidas que a escola regular põe ao serviço de uma resposta adaptada à diversidade dos alunos.
Foi neste parâmetro que no Brasil, a necessidade de se pensar um currículo para a escola inclusiva foi oficializada a partir das medidas desenvolvidas junto à Secretaria de Educação Especial do Ministério da Educação com a criação dos Parâmetros Curriculares Nacionais. Neste documento explicita-se o conceito de adaptações curriculares, consideradas como:
….. estratégias e critérios de situação docente, admitindo decisões que oportunizam adequar a ação educativa escolar às maneiras peculiares de aprendizagem dos alunos, considerando que o processo de ensino aprendizagem pressupõe atender à diversificação de necessidades dos alunos na escola (MEC/SEESP/SEB, 1998, p.15)
Portanto podemos falar em dois tipos de adaptações curriculares, as chamadas adaptações de acessibilidade ao currículo e as adaptações pedagógicas (SME-RJ, 1996).
Adaptações de acessibilidade ao currículo se referem à eliminação de barreiras arquitetônicas e metodológicas, sendo pré-requisito para que o aluno possa frequentar a escola regular com autonomia, participar das atividades acadêmicas propostas para os demais alunos. Estas incluem as condições físicas, materiais e de comunicação, como por exemplo, rampas, de acesso e banheiros adaptados, apoio de intérpretes de LIBRAS e/ou capacitação do professor e demais colegas, transição de textos para Braille e outros recursos pedagógicos adaptados para deficientes visuais, uso de comunicação alternativa com alunos com paralisia cerebral ou dificuldades de expressão oral, etc…
As adaptações curriculares, de planejamento, objetivos, atividades e formas de avaliação, no currículo como um todo, ou em aspectos dele, são para acomodar os alunos com necessidades especiais.
Tornar real as adaptações curriculares é o caminho para o atendimento às necessidades específicas de aprendizagem dos alunos. Identificar essas “necessidades” requer que os sistemas educacionais modifiquem não apenas as suas atitudes e expectativas em relação a esses alunos, mas que se organizem para construir uma real escola para todos, que dê conta dessas especificidades.
A inclusão de alunos com necessidades especiais na classe regular implica o desenvolvimento de ações adaptativas, visando à flexibilização do currículo, para que ele possa ser desenvolvido de maneira efetiva em sala de aula, e atender as necessidades individuais de todos os alunos. De acordo com o MEC/SEESP/SEP 919980, essas adaptações curriculares realizam-se em três níveis:
* Adaptações no nível do projeto pedagógico (currículo escolar) que devem focar principalmente, a organização escolar e os serviços de apoio, propiciando condições estruturais que possam ocorrer no nível de sala de aula e no nível individual.
* Adaptações relativas ao currículo da classe, que se referem, principalmente, à programação das atividades elaboradas para sala de aula.
* Adaptações individualizadas do currículo, que focam a atuação do professor na avaliação e no atendimento a cada aluno.
Como vemos a Educação Inclusiva, sob a ótica curricular, significa que o aluno com necessidades especiais deve fazer parte da classe regular, aprendendo as mesmas coisas que os demais da classe, mesmo que de maneira diferente, cabendo ao educador fazer as necessárias adaptações. Essa proposta difere de práticas tradicionais, pois o educador terá que garantir o aprendizado de todos os alunos.
Um currículo que leve em conta a diversidade deve ser, antes de tudo, flexível, e passível de adaptações, sem perda de conteúdo. “Deve ser concebido tendo como objetivo geral a ‘redução de barreiras atitudinais e conceituais”, e se pautar em uma “resignificação do processo de aprendizagem na sua relação com o desenvolvimento humano”
Precisamos nos ater que pequenas modificações que o professor venha a fazer em termos de métodos e conteúdos, só não bastam.
Pelo contrário, implica, sobretudo na reorganização do projeto político pedagógico de cada escola e do sistema escolar com um todo, levando em consideração as adaptações necessárias para a inclusão e participação efetiva de alunos com necessidades especiais em todas as atividades escolares.Sabemos que ensinar o aluno com deficiência é o grande desafio da Educação Inclusiva, pois é neste aspecto que a inclusão deixa de ser uma ideologia, e se torna ação concreta.
Temos que nos ater que inclusão escolar não é o mesmo que inclusão social.A escola inclusiva é a que propicia ao aluno com necessidades especiais, a apropriação do conhecimento escolar, junto com os demais.Se essa dimensão for mascarada o aluno acabará aprendendo menos que no sistema especial,mesmo que socialmente ele se desenvolva e amplie seus horizontes.
Para que a inclusão escolar seja real o professor da classe regular deve estar sensibilizado e capacitado (tanto psicológica quanto intelectualmente) para mudar sua forma de ensinar e adaptar o que vai ensinar.
Temos que ter claro que inclusão não pode ser responsabilidade única da Educação Especial. Não é uma simples questão do professor de Educação Especial ditar ao professor da classe regular como trabalhar com esse aluno. Se não for desenvolvida uma dinâmica de trabalho integrado, estaremos criando um sistema especial dentro da escola regular, o que não é Educação Inclusiva.
Não podemos esquecer que avaliação no currículo inclusivo deve ser flexível, porém objetiva. Precisamos ter a preocupação com modelos de aprovação facilitada, pois se o aluno com deficiência acabar passando de série sem ter necessários conhecimentos estaremos reproduzindo os mesmos problemas do ensino especial. Por isso que estamos buscando um novo modelo educacional.
Temos que partir do pressuposto que a ação prioritária é a capacitação de professores, visando formação teórico-metodológico, que lhe permita se transformar em um professor que possa refletir e re-significar sua prática pedagógica para atender à diversidade do seu alunado.
Mas essa formação precisa ser contínua, incluindo troca de experiência e intercambio bem como atividades capacitadoras na própria escola sob forma de centros de estudo e discussão de casos, supervisão, etc. Para o sucesso de uma proposta de Educação Inclusiva é fator determinante um sistema de apoio para lidar com as necessidades especiais não só do aluno, mas também do professor da classe regular. E este sistema de suporte deve estar disponível aonde????? Essa é uma questão de nossa responsabilidade e temos que ter a resposta não há mais tempo para intenções e sim realizações.
Deve ser ressaltado que o conceito da Escola Inclusiva conforme as Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Especial (MEC/SEESP, 1998),…implica uma nova postura da escola comum, que propõe no projeto político pedagógico, no currículo, na metodologia de ensino, na avaliação e na atitude dos educandos, ações que favoreçam a integração social e sua opção por práticas heterogenias.
A escola capacita seus professores, prepara-se, organiza-se e adapta-se para oferecer educação de qualidade para todos, inclusive, para os educandos com necessidades especiais… Inclusão, portanto, não significa simplesmente matricular os educandos com necessidades especiais na classe comum, ignorando suas necessidades especificas, mas significa dar ao professor e a escola o suporte necessário à sua ação pedagógica.Sendo assim, a Educação Especial já não é mais concebida como um sistema educacional paralelo ou segregado, mas como um conjunto de medidas que a escola regular põe ao serviço de uma resposta adaptada à diversidade dos alunos.
Foi neste parâmetro que no Brasil, a necessidade de se pensar um currículo para a escola inclusiva foi oficializada a partir das medidas desenvolvidas junto à Secretaria de Educação Especial do Ministério da Educação com a criação dos Parâmetros Curriculares Nacionais. Neste documento explicita-se o conceito de adaptações curriculares, consideradas como:….. estratégias e critérios de situação docente, admitindo decisões que oportunizam adequar a ação educativa escolar às maneiras peculiares de aprendizagem dos alunos, considerando que o processo de ensino-aprendizagem pressupõe atender à diversificação de necessidades dos alunos na escola (MEC/SEESP/SEB, 1998, p.15).
Portanto podemos falar em dois tipos de adaptações curriculares, as chamadas adaptações de acessibilidade ao currículo e as adaptações pedagógicas (SME-RJ, 1996).Adaptações de acessibilidade ao currículo se referem à eliminação de barreiras arquitetônicas e metodológicas, sendo pré-requisito para que o aluno possa frequentar a escola regular com autonomia, participar das atividades acadêmicas propostas para os demais alunos. Estas incluem as condições físicas, materiais e de comunicação, como por exemplo, rampas, de acesso e banheiros adaptados, apoio de intérpretes de LIBRAS e/ou capacitação do professor e demais colegas, transição de textos para Braille e outros recursos pedagógicos adaptados para deficientes visuais, uso de comunicação alternativa com alunos com paralisia cerebral ou dificuldades de expressão oral, etc…
As adaptações curriculares, de planejamento, objetivos, atividades e formas de avaliação, no currículo como um todo, ou em aspectos dele, são para acomodar os alunos com necessidades especiais.Tornar real as adaptações curriculares é o caminho para o atendimento às necessidades específicas de aprendizagem dos alunos. Identificar essas “necessidades” requer que os sistemas educacionais modifiquem não apenas as suas atitudes e expectativas em relação a esses alunos, mas que se organizem para construir uma real escola para todos, que dê conta dessas especificidades.
A inclusão de alunos com necessidades especiais na classe regular implica o desenvolvimento de ações adaptativas, visando à flexibilização do currículo, para que ele possa ser desenvolvido de maneira efetiva em sala de aula, e atender as necessidades individuais de todos os alunos. De acordo com o MEC/SEESP/SEP 919980, essas adaptações curriculares realizam-se em três níveis:
* Adaptações no nível do projeto pedagógico (currículo escolar) que devem focar principalmente, a organização escolar e os serviços de apoio, propiciando condições estruturais que possam ocorrer no nível de sala de aula e no nível individual.
* Adaptações relativas ao currículo da classe, que se referem, principalmente, à programação das atividades elaboradas para sala de aula.
* Adaptações individualizadas do currículo, que focam a atuação do professor na avaliação e no atendimento a cada aluno.
Como vemos a Educação Inclusiva, sob a ótica curricular, significa que o aluno com necessidades especiais deve fazer parte da classe regular, aprendendo as mesmas coisas que os demais da classe, mesmo que de maneira diferente, cabendo ao educador fazer as necessárias adaptações. Essa proposta difere de práticas tradicionais, pois o educador terá que garantir o aprendizado de todos os alunos.Um currículo que leve em conta a diversidade deve ser, antes de tudo, flexível, e passível de adaptações, sem perda de conteúdo.
“Deve ser concebido tendo como objetivo geral a ‘redução de barreiras atitudinais e conceituais”, e se pautar em uma “resignificação do processo de aprendizagem na sua relação com o desenvolvimento humano”Precisamos nos ater que pequenas modificações que o professor venha a fazer em termos de métodos e conteúdos, só não bastam. Pelo contrário, implica, sobretudo na re-organização do projeto político pedagógico de cada escola e do sistema escolar com um todo, levando em consideração as adaptações necessárias para a inclusão e participação efetiva de alunos com necessidades especiais em todas as atividades escolares.Sabemos que ensinar o aluno com deficiência é o grande desafio da Educação Inclusiva, pois é neste aspecto que a inclusão deixa de ser uma ideologia, e se torna ação concreta.Temos que nos ater que inclusão escolar não é o mesmo que inclusão social.
A escola inclusiva é a que propicia ao aluno com necessidades especiais, a apropriação do conhecimento escolar, junto com os demais.Se essa dimensão for mascarada o aluno acabará aprendendo menos que no sistema especial,mesmo que socialmente ele se desenvolva e amplie seus horizontes.Para que a inclusão escolar seja real o professor da classe regular deve estar sensibilizado e capacitado (tanto psicológica quanto intelectualmente) para mudar sua forma de ensinar e adaptar o que vai ensinar.Temos que ter claro que inclusão não pode ser responsabilidade única da Educação Especial. Não é uma simples questão do professor de Educação Especial ditar ao professor da classe regular como trabalhar com esse aluno. Se não for desenvolvida uma dinâmica de trabalho integrado, estaremos criando um sistema especial dentro da escola regular, o que não é Educação Inclusiva.
Não podemos esquecer que avaliação no currículo inclusivo deve ser flexível, porém objetiva. Precisamos ter a preocupação com modelos de aprovação facilitada, pois se o aluno com deficiência acabar passando de série sem ter necessários conhecimentos estaremos reproduzindo os mesmos problemas do ensino especial. Por isso que estamos buscando um novo modelo educacional.Temos que partir do pressuposto que a ação prioritária é a capacitação de professores, visando formação teórico-metodológico, que lhe permita se transformar em um professor que possa refletir e re-significar sua prática pedagógica para atender à diversidade do seu alunado.
Mas essa formação precisa ser contínua, incluindo troca de experiência e intercambio bem como atividades capacitadoras na própria escola sob forma de centros de estudo e discussão de casos, supervisão, etc. Para o sucesso de uma proposta de Educação Inclusiva é fator determinante um sistema de apoio para lidar com as necessidades especiais não só do aluno, mas também do professor da classe regular. E este sistema de suporte deve estar disponível aonde????? Essa é uma questão de nossa responsabilidade e temos que ter a resposta não há mais tempo para intenções e sim realizações.



segunda-feira, 25 de abril de 2016

DISCALCULIA

discalculia é um problema causado por má formação neurológica que se manifesta como uma dificuldade no aprendizado dos números. Essa dificuldade de aprendizagem não é causada por deficiência mental, má escolarização, déficits visuais ou auditivos, e não tem nenhuma ligação com níveis de QI e inteligência.
Crianças portadoras de discalculia são incapazes de identificar sinais matemáticos, montar operações, classificar números, entender princípios de medida, seguir sequências, compreender conceitos matemáticos, relacionar o valor de moedas entre outros.
Ladislav Kosc descreveu seis tipos de discalculia: a discalculia léxica, discalculia verbal, discalculia gráfica, discalculia operacional, discalculia practognóstica e discalculia ideognóstica.
  • Discalculia léxica: dificuldade na leitura de símbolos matemáticos;
  • Discalculia verbal: dificuldades em nomear quantidades matemáticas, números, termos e símbolos;
  • Discalculia gráfica: dificuldade na escrita de símbolos matemáticos;
  • Discalculia operacional: dificuldade na execução de operações e cálculos numéricos;
  • Discalculia practognóstica: dificuldade na enumeração, manipulação e comparação de objetos reais ou em imagens;
  • Discalculia ideognóstica: dificuldades nas operações mentais e no entendimento de conceitos matemáticos.
Para que o professor consiga detectar a discalculia em seu aluno é imprescindível que ele esteja atento à trajetória da aprendizagem desse aluno, principalmente quando ele apresentar símbolos matemáticos malformados, demonstrar incapacidade de operar com quantidades numéricas, não reconhecer os sinais das operações, apresentar dificuldades na leitura de números e não conseguir localizar espacialmente a multiplicação e a divisão. Caso o transtorno não seja reconhecido a tempo, pode comprometer o desenvolvimento escolar da criança, que com medo de enfrentar novas experiências de aprendizagem adota comportamentos inadequados, tornando-se agressiva, apática ou desinteressada.
O psicopedagogo é o profissional indicado no tratamento da discalculia, que é feito em parceria com a escola onde a criança estuda. Geralmente os professores desenvolvem atividades específicas com esse aluno, sem isolá-lo do restante da turma.

Por Paula Louredo
Graduada em Biologia

DISLALIA

dislalia é um distúrbio que acomete a fala, caracterizado pela dificuldade em articular as palavras. A pessoa portadora de dislalia, troca as palavras por outras similares na pronuncia, fala erroneamente as palavras, omitindo ou trocando as letras. Resumidamente, as manifestações clínicas da dislalia consistem em omissão, substituição ou deformação dos fonemas.
Pode-se dizer que a palavra do dislálico é fluída, ainda que possa ser incompreensível, sendo que o desenvolvimento da linguagem pode ser normal ou atrasado. Não há intervenção na musculatura responsável pela emissão das palavras.
Crianças que chupam chupeta e mamam mamadeira por um tempo prolongado, bem como as que chupam o dedo ou mesmo mamam pouco tempo no seio, podem apresentar um quadro de dislalia. Apesar de não existir relação direta, é indiscutível que essas crianças passam a apresentar flacidez muscular e postura indevida da língua, o que pode resultar nesse distúrbio. Outras causas são: línguas hipotônicas (flácidas), podendo ainda apresentar alterações na arcada dentária, ou então, falhas na pronúncia de determinados fonemas em conseqüência da postura e respiração dificultada.
A dislalia pode ser subdividida em quatro tipos:
  • Dislalia evolutiva: considerada normal em crianças, sendo corrigida gradativamente durante o seu desenvolvimento.
  • Dislalia funcional: neste caso, ocorre substituição de letras durante a fala, não pronunciar o som, acrescente letras na palavra ou distorce o som.
  • Dislalia audiógena: ocorre em indivíduos que são deficientes auditivos e que não conseguem imitar os sons.
  • Dislalia orgânica: ocorre em casos de lesão no encéfalo, impossibilitando à correta pronuncia, ou quando há alguma alteração na boca.
Até  os quatro anos de idade, os erros de linguagem são considerados normais. Todavia, após essa fase, a criança pode vir a ter problemas caso continue falando errado, podendo afetar até a escrita. O caso clássico desse distúrbio é o Cebolinha, personagem da Turma da Mônica.
O tratamento da dislalia é feita com o auxilia de um fonoaudiólogo e varia de acordo com a necessidade de cada criança.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

RELEITURA DAS OBRAS DE ROMERO BRITTO




 RELEITURA DAS OBRAS DE ROMERO BRITTO

Exposição dos Trabalhos








 

 Reciclagem das Obras de Romero Britto


 




Pintura em tela
Tinta para tecido
Reciclagem com
Pratos de papelão
Bandejas de isopor 
Tinta guache
Cartolina  
Pedacinhos de EVA
CD'S velhos